Introdução

Várias são as causas de lesão das células ciliadas auditivas: trauma craniencefálico, doenças genéticas, drogas ototóxicas, ruído intenso, hipóxia, surdez súbita, labirintite infecciosa, viral, meningite, rubéola, icterícia neonatal e outras. Estas agressões podem danificar as células ciliadas auditivas na cóclea. A cóclea que faz parte do labirinto ou orelha interna é que transforma as ondas de pressão acústica em estímulos neurais a partir das células ciliadas auditivas. Quando ocorre lesões em  grande número de células ciliadas o resultado é uma disacusia sensorioneural que pode chegar a uma surdez profunda. A causa mais comum de surdez é justamente aquela na qual ocorre a perda das células ciliadas mais do que neurônios auditivos. Neste caso, os neurônios remanescentes numa surdez sensorioneural profunda podem ser excitados diretamente por estimulação elétrica. Como se sabe, qualquer tipo de estimulação nas vias nervosas dos órgãos sensoriais é percebida pelo córtex cerebral como sensação do órgão sensorial específico. Com base neste princípio fisiológico, as pesquisas se desenvolveram no sentido de substituir o mecanismo de audição normal provocando estimulação elétrica direta nos neurônios auditivos ganglionares remanescentes dentro do modíolo da cóclea (Figura 1). O desafio foi descobrir como estimular eletricamente os neurônios auditivos (células ganglionares do modíolo) de modo que informação significativa sobre a fala fosse transmitida ao cérebro como informação de amplitude e freqüência.

Sabe-se que a membrana basilar na orelha interna (cóclea) analisa o sinal de entrada em  diferentes freqüências (teoria das ondas viajantes). A cóclea atua como analisador do espectro decompondo sons complexos em suas freqüências componentes. A partir de 1960 foram realizadas as primeiras tentativas para restaurar a audição do surdo profundo com estimulação elétrica do nervo auditivo. Atualmente,  o implante coclear (I.C.) na orelha interna pode  restaurar parcialmente a audição de pessoa com surdez profunda.

O dispositivo eletrônico usado como implante possibilita comunicação sem leitura labial ou sinais e, às vezes, até através do telefone.

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